primeiro post


Aqui vamos contar história.História do Homem, da Terra, da Europa, de Portugal.História real e Estórias lendárias...Pedaços da vida que conhecemos e que me vêm parar às mãos.Vou tentar transmitir a História duma maneira mais leve, por isso perdoem-me os historiadores se às vezes brincar com coisas sérias.Gostava de possuir todo o conhecimento da História, para perceber melhor sobre tudo...Wish me luck...cá vai...

D.Fernando I - O Formoso







Ou o Belo, pela beleza que, dizem que tinha, e o Inconstante ou o Inconsciente, pela maneira desastrosa que reinou entre 1367 e 1383.



Estava há dois anos na cadeira Real e já começou a fazer das suas.

O Rei de Castela morre sem sucessão e D.Fernando, que pela mistura de sangues entre as duas familias, ainda era Castela por parte de D.Sancho IV ( bisavô deste e curiosamente avô de D.Inês de Castro). Logo se mostrou disponível para tomar posse do trono de Castela, o que, obviamente, não agradou os vizinhos e os outros interessados na Cadeira Castelhana...



Um deles, D.Henrique, era irmão bastardo do falecido Rei de Castela e autodeclarou-se Rei de Castela. Ao que parece, para arrefecer os animos, ou para os distrair, oferece a mão de sua filha em casamento ao nosso D.Fernando. Mas antes que o casamento pudesse ser concretizado, D.Fernando enamora-se pela mulher de um dos seus cortesãos e vai o outro casamento por àgua abaixo.


D.Leonor Teles de Menezes torna-se então a Rainha de Portugal, em 1372, e às escondidas, já que a senhora já vinha usada e com um filho do anterior casamento, este com o Rei não era muito bem visto. Para além disto, e muito mais politicamente importante, descendia dos Reis de Leão e Galiza para além de ainda descender de D.Sancho I de Portugal... Ora aqui está mais uma mistura consanguínea.
Passadas as complicações com Castela, o nosso D.Fernando quis dedicar-se ao país, mandou restaurar uns castelos aqui, mandou fazer outros ali..sim, mandou, porque mexer-se tá quieto... enfim... Contribuiu para o desenvolvimento da agricultura, fazendo a Lei das Sesmarias que proibia que as terras fertéis tivessem meses de pousio, ou seja tinham que estar sempre a dar.
D.Fernando também se debruçou sobre o desenvolvimento mercantil de Portugal, há relatos de em Lisboa, importante porto na altura, haver varias nacionalidades entre os mercadores. Também mandou fazer umas leis que autorizavam o abate de madeira para a construção de melhores e maiores navios. Criou a Companhia das Naus, que obrigava todos os navios a estarem inscritos nela e a dar uma parte do lucro das suas viagens para a coroa que depois pagava os estragos e perdas de outros navios.
Mas o nosso D.Fernando era um frouxo. Era por demais influenciado pela víbora da D.Leonor, que engendrou o plano muito bem engendrado, e conseguiu que a sua única filha legítima D.Beatriz casasse com D.João I de Castela, o que fazia com que Portugal ficasse anexado a Castela o que CLARO foi do desagrado da classe média e nobreza Portugueza. Ela já não era muito bem vista com esta então... bom...


Quando D. Fernando - a criança doente, única esperança de seu Avô D.Afonso IV - morre, Portugal fica em maus lençóis. A dinastia de Borgonha, que começara com o nosso saudoso D.Afonso Henriques, chegue ao fim. D.Beatriz (na foto com a sua bela trunfa), última soberana de jure da dinastia de Borgonha está casada com o Rei de Castela, e o trono fica à guarda de D.Leonor Teles... mas não ficaria assim por muito tempo...

D.Pedro I - O Justiceiro




Ou o Cruel, o Cru, o Vingativo, o Até-ao-Fim-do-Mundo-Apaixonado, enfim... o rapaz tinha uns certos distúrbios...


Casou primeiro com Branca de Castela, a quem repudiou por debilidade física e mental. Depois casou-se com a D.Constança Manuel (mãe do futuro sucessor de D.Pedro - D.Fernando), uma nobre de Castela, que para além de ser sua prima afastada, tinha sido a primeira mulher do cunhado de D.Pedro, (o Afonso XI, o que batia na irmã D.Maria) e foi repudiada por este e presa lá numa torre. Entretanto casou-se com o nosso Pedrinho, mas sem sair do exilio, o que provocou uma vez mais umas discussões familiares. Lá se resolveu a coisa e quando veio para Portugal, finalmente, trazia um presente envenenado no dote.
Uma tal aia galega, de seu nome Inês de Castro, também prima de D.Pedro... olhem que bonitinha que ela era!!!
Esta senhora iria ser a desgraça da familia real. Por causa do seu romance arrebatadamente às claras com D.Pedro, D.Constança morreu ao dar à luz a D.Fernando, futuro rei de Portugal, que nasceria debilitado. Por causa deste romance, D.Pedro tornou-se muito influênciado pelos irmãos de D.Inês, dois nobres simpatizantes da oposição castelhana, pelo que punha em perigo a situação do país. Enfim..já sabem o rsto da estória, em 1355 D.Inês foi morta blá blá blá... Quando D.Pedro toma o seu lugar no cadeirão real em 1357, revela o seu casamento clandestino* com a aia morta e declara-a Rainha de Portugal**, para além de se ter vingado a sua morte***
D.Pedro não voltou a casar, mas não deixou de ter os seus casos por fora... Em 1356 (um ano depois da morte da outra, tal era o desgosto) tem um filho, D.João (futuro Mestre de Avis), com Teresa Lourenço, uma jovem de Lisboa filha de mercadores... O rapaz sempre teve uma queda para a ralé!!...
D.Pedro reinou durante dez anos, e ganhou o carinho da população, uma vez que era justo na defesa das camadas mais desfavorecidas. Também foi um bom administrador e corajoso na defesa do país contra a influência do Papa.
Teve oito filhos de três mulheres, dois deles chegariam a Rei. Quando morreu em 1367 sucedeu-lhe o primogénito D.Fernando I.

*Este facto baseia-se apenas na palavra do Rei, uma vez que não existem registos de tal união.

**Conta a tradição que Pedro teria feito desenterrar o corpo da amada, coroando-o como Rainha de Portugal, e obrigando os nobres a procederem à cerimónia do beija-mão real ao cadáver, sob pena de morte. De seguida, ordenou a execução de dois túmulos (verdadeiras obras-primas da escultura gótica em Portugal), os quais foram colocados nas naves laterais do mosteiro de Alcobaça para que, no dia do Juízo Final, os eternos amantes, então ressuscitados, de imediato se vejam...

***Dois dos assassinos de Inês foram capturados e executados (Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves) com uma brutalidade tal (a um foi arrancado o coração pelo peito, e a outro pelas costas), que lhe valeram os epítetos de O Cruel, O Cru, O Vingativo .

D.Afonso IV - O Bravo


A primeira decisão como Rei, em 1325, foi exilar o meio irmão para Castela. Está-lhe no sangue estas quezílias familiares! Ao que parece, o mano, apesar de bastardo, era o preferido do paizinho Dinis, já que o rapaz também tinha tendência para as cantorias!
Agora atentem a esta mistura:

Em 1309, casou-se com D.Beatriz, filha do Rei de Castela. Tiveram uma filha, D.Maria de Portugal, que casou com o, então, Rei de Castela. Este tinha por avós os pais de D.Beatriz, e D.Dinis e D.Isabel... ou seja, D.Maria e D.Afonso XI de Castela (que era o nome do esposo da moça) tinham os avós em comum, logo era primos direitos!! Claro que a coisa não correu bem, porque dizem à boca piquena que o marido maltratava a mulher/prima, e que o casamento era infeliz! O pai, sabendo isto, não achou graça nenhuma e houve outra vez chapada na familia!!


D. Afonso IV de Portugal declarou guerra ao D.Afonso XI de Castela, ou seja o tio/sogro declarou guerra ao sobrinho/genro, e estiveram quatro anos a discutir até que a própria D.Maria de Portugal e Castela, ou seja, a filha/mulher/prima, veio pôr paninhos quentes na coisa.


Mas D.Afonso IV, não estava destinado a ter um reinado fácil. Em 1343 houve carência de cereais no reino, em 1347 houve um terramto que abalou Coimbra fazendo uma série de estragos e em 1348 chegou a Portugal a terrível Peste Negra.... Foi o que mais abalou o Reino, tendo vitimado grande parte da populaça, mas D.Afonso esteve sempre à altura, tomando medidas de prevenção, aliás foi essa sua faceta de empreendedor perante as dificuldades que lhe deu o cognome de O Bravo.


Ultrapassada esta arduosidade, o Rei teve de enfrentar até ao fim do seu reinado conflitos e intriga politica devido a forte presença castelhana no país, e por causa da paixão de D.Pedro (legítimo sucessor) e a nossa querida Inês de Castro, que por acaso ainda era prima do D.Pedro, por parte do Avô D.Sancho IV de Castela (o pai de D.Beatriz), logo tinha por simpatizantes os castelhanos, logo o seu casamento com o D.Pedro não era visto com bons olhos pelo Bravo, e o único neto legítimo que poderia ser Rei, era o D.Fernando, uma criança doente...


Ora o nosso Afonso, pensando que resolveria a situação, mandou matar a nossa ... snif.... querida... snif snif... Inês... buáááá... snif..desculpem, mas é uma estória que me emociona imenso... Pronto, já está... fung fung.!


Estava eu a dizer, que o D.Afonso mandou matar a Inês, o D.Pedro ficou pior que piurso, perdeu a cabeça e saqueou ao paizinho o Norte de Portugal em 1355, ano da morte horrenda, hedionda, monstruosa, medonha, horrorosa de D.Inês. Só fizeram as pazes em 1357, pouco antes da morte de D.Afonso.

O Rei teve sete filhos legítimos e uma filha Natural, que, fora D.Pedro e a D.Maria (a primeira), foi das que viveu mais tempo... era um tempo difícil para ter filhos!! Foi D.Pedro I que sucedeu ao pai, já que os outros faleceram em criança.

D.Dinis - O Lavrador


Ou o Rei-Agricultor, ou ainda O Rei-Poeta ou O Rei-Trovador, porque quando não andava a plantar pinheiros, fazia uns versos. Quem não conhece aquela célebre cantiga de amor


"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é? "


enfim, pelo menos é o primeiro com um nome original ...




Desde cedo aprendeu os meandros da administração dum Reino, pelo que aquando da sua subida ao trono, a primeira coisa que fez foi resolver as questões com a Igreja, que até à data não tinham sido famosas! Assinou um tratado com o Papa Nicolau III, onde jurava proteger os interesses de Roma em Portugal, salvou a Ordem dos Templários em Portugal através da criação da Ordem de Cristo, que lhe herdou os bens para o reino português depois da sua extinção, e apoiou os cavaleiros da Ordem de Santiago ao separarem-se do seu mestre castelhano.

Foi um Rei pacífico, mesmo quando teve de entrar em guerra com o Reino de Castela, preferiu entregar-lhes Serpa e Moura (lá se ía o Bom Azeite) e assinou um tratado de Paz com Castela, definindo-se nesse tratado as fronteiras actuais entre os dois países ibéricos. Por este tratado previa-se também uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas. Diga-se de passagem, que D.Dinis foi o 1º Rei a assinar com o nome completo, suspeita-se que tenha sido o primeiro Rei de Portugal que não era analfabeto!!!

Além disto, continuou a fazer as leis de Portugal e organizou o país a nível jurídico. Voltou-se para Lisboa como sitio propicio e promissor para se afirmar como centro administrativo por excelência. Ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro. Fomentou as trocas com outros reinos, assinou o primeiro tratado comercial com o rei de Inglaterra em 1308 e criou o almirantado, atribuído como privilégio ao genovês Manuel Pessanha, e fundando as bases para uma verdadeira marinha portuguesa ao serviço da Coroa.


Era Um Rei muito dado à cultura, durante o seu reinado, Lisboa foi, pois, um dos centros europeus de cultura. A Universidade de Coimbra, a primeira universidade em Portugal, foi fundada pelo seu decreto Magna Charta Priveligiorum. Desde sempre se ensinou aqui as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península Ibérica.

Ele próprio, não só escreveu poemas como também os musicou, isto foi casualmente descoberto em 1990, no Arquivo da Torre do Tombo, num pergaminho, que continha 7 letras musicadas, que servia de capa a um livro de registos notariais do século XVI... É muito bem estimada, a História em Portugal!


Em 1282 casa-se por procuração com Isabel de Aragão, conhecida entre nós como a Rainha Santa Isabel, que foi a querida que fez o milagre das Rosas. Era a Rainha consorte, sem sorte nenhuma, teve apenas dois filhos de D.Dinis, pois este preferia ir em folguedos para os lados de Odivelas... Esta, dedicava-se aos pobres e à oração, daí ter começado a gozar da reputação de Santa ainda em Vida.
D.Dinis faleceu em 1325, com mais sete filhos ilegítimos, dos quais um que era o seu predilecto D.Afonso Sanches e motivo para deixar o legítimo herdeiro ao trono D.Afonso (o IV) um nadinha irritado e por isso ter andado à chapado com o pai, por sorte a Santa Isabel era da paz e conseguiu apaziguar o rapaz.

D.Afonso III - O Bolonhês

Sucedeu ao seu irmão D.Sancho em 1245.
D.Afonso era o filho mais novo do Rei D.Afonso II. Como, supostamente, não tinha direito ao trono fez as malinhas e emigrou para França. Mas não julguem que ficou sozinho e repudiado, uma vez que tinha lá familia, a regente de França era sua tia e abençoou o seu casamento em 1238, com a herdeira do Ducado de Bolonha, a Condessa Matilde de Bolonha, tornando-se, assim, Conde de Bolonha, daí ser chamado o bolonhês. A Tia também lá mexeu os cordelinhos com o Papa Inocêncio para este declarar D.Sancho II inútil e declarar D.Afonso com o Salvador da Pátria.



Teve dois filhos com a dita senhora, que morreram, e com o tempo a condessa não pode mais dar um filho herdeiro ao já então Rei de Portugal, pelo que o D.Afonso deu-lhe corda aos sapatinhos e repudiou-a. Anos mais tarde ela faria queixas ao Papa e voltaria a Portugal para dar nas orelhas ao marido que então já se teria casado com outra mai nova! O Papa só legitimou o 2º casamento do Rei após a morte de D.Matilde, coitadinha...


Quando chega a Portugal, encontra o reino numa confusão, decide então ouvir as queixas do pessoal do papel, comerciantes e mercadores; coisa que o seu irmão não se dignou a fazer, tão distraído que andava a conquistar cidades ao Sul. Reformolou a constituição e conseguiu melhorar a opinião do Papa sobre Portugal. Revelou-se um excelente administrador!
Quando as coisas já estavam encaminhadas decidiu por-se a caminho da reconquista do território, foi durante o seu reinado que o Algarve foi defenitivamente incorporado no Reino de Portugal! Ao mesmo tempo Castela achou que o Algarve lhe pertencia, seguindo-se assim de uns anos de chapadas daqui, chapadas dali, até chegarem à conclusão que o melhor era considerar o Guadiana como fronteira entre os dois Reinos e estamos conversados!! Ou melhor, ficaram conversados depois de terem impingido a D.Brites pró D.Afonso..mas pronto!
D.Beatriz de Castela e Gusmão (também conhecida como D.Brites, por distorção do povo), e aqui atenção, o avô da menina era primo direito de D.Afonso III, mais uma mistura consanguinea.. Tiveram oito filhos, um dos quais D.Dinis, futuro Rei; no entanto apenas 3 passaram a idade dos 20 anos, tendo alguns nem sequer chegado aos 10 anos... e depois dizem que a consaguiniedade não faz mal... nã!... bom, a falta de cuidados medicos e condições de higiene quase nulas também podem ter influenciado esta estatistica, mas eu prefiro a minha teoria!!


Deste casamento, apesar de depois da morte de D.Afonso, também viemos a lucrar com a oferta do seu pai Afonso X da bela região a este do Guadiana que incuia as vilas de Serpa, Mourão, Moura (entre outras) de onde agora vem o BOM AZEITE, hum!!

Apesar de ter começado bem, meteu-se também em confusões com a Igreja, pelo que foi excomungado pelos arcebispo de Braga e pelos bispos de Coimbra e Porto. Estes não acharam muita graça às leis impostas pelo Rei que impediam aos bispos de cobrarem os dízimos, utilizar dos fundos destinados à construção dos templos, obrigar os clérigos a trabalhar nas obras das muralhas das vilas, mandou prender e executar clérigos sem autorização dos bispos, ameaçou de morte ao arcebispo e aos bispos e, ainda, a nomeou judeus para cargos de grande importância.
As Cortes ainda o tentaram safar, mas o Papa Gregório X mandou que se excomungasse o rei e fosse lançado interdito sobre o reino em 1277.

À sua morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado. Perante esta atitude do rei, o abade de Alcobaça levantou-lhe a excomunhão e o rei foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça.
Foi sucedido pelo Filho D.Dinis. Para além deste teve mais nove filhos legitimos (das duas esposas) e mais dez bastardos de outras. Era um Rei muito dado ao folguedo!!

D.Sancho II - O Capelo






Ou o Pio, ou o Piedoso... ou Azarado, já que a sua história foi tudo menos piedosa para consigo próprio!!


Subiu ao trono, em 1223, por morte do seu pai Afonso e foi sucedido por seu irmão Afonso.. o primeiro segundo e o segundo terceiro, perceberam? Apesar de simples não é nada complicado!!


Não se casou mas consorciou-se em 1239 com D.Mécia Lopes de Haro, cujo avô materno era neto de D.Afonso Henriques... isso mesmo, o nosso Primeiro. Ou seja, D.Sancho, sendo neto do filho do Afonso Henriques era qualquer coisa como tio-primo da mulher... e aqui começa a grande chafurdice e troca de fluídos consaguíneos na familia real Portuguesa!! Por sorte não houve mistura (ainda) nesta altura , porque a Dona era estéril não tendo dado nenhum descendente ao Rei. Pouca sorte teve o D.Sancho porém, porque a desgraçada, não só já vinha usada quando se casou, como também foi raptada com consentimento pelo amante, tendo deixado o pobre Rei embrenhado em confusões com a igreja.

Isto porque como foi dito no post anterior, o país atravessava um mau momento com o Papado, já que o papá de D.Sancho tinha sido excomungado devido a práticas contra os interesses da Igreja. D.Sancho, numa tentativa de aliviar as tensões lá assinou um tratado com 10 pontos com o Papa. No entanto o rapaz estava mais interessado em reconquistar a Peninsula Ibérica, deu-lhe a febre do bisavô e lá conquistou cidades do Alentejo e Algarve.

Ao contrário do pai, não tinha jeiteira nenhuma para a organização do estado, a coisa pedia mais para o lado militar. E como as coisas com a Igreja continuavam de mal a pior, o Bispo do POrto fez queixinhas ao Papa Papa Inocêncio IV, que o considerou um rex innutilis (ou seja, que não sabia administrar a justiça no seu reino), tendo ordenado aos Portugueses que escolhessem um novo rei para substituir o herege. Os considerados portugueses na altura eram prelados e nobres, que em assembleia consideraram o irmão do Rei D.Afonso (que seria o III) uma boa 2ª hipotese para ocupar o trono.

D.Sancho, sem trono, sem mulher, sem terrinhas para conquistar, sem filhos, sem... bem..dizem as más linguas que o Rei era impotente, tss tss - decidiu exilar-se em Toledo, onde acabou por falecer.

Afonso II - O Gordo



O Gordo, gordalhufo, badocha...

Como podem reparar pelas imagens os reis de Portugal até este ponto têm vindo a tornar-se mais cheínhos.



Nasceu no ano em que seu avô morreu, 1185. Começou a ser Rei em 1211, com 26 anos. Começou bem, pode-se dizer, andando uns tempos à chapada com as irmãs mais velhas, Mafalda, Teresa e Sancha. Parece que já era hábito de familia andarem todos às turras. Isto aconteceu porque o papá tinha dito às manas que teriam o título de rainhas e até lhes tinha concedido uns castelos no reino, mas o mano Afonso não achava piada nenhuma àquilo de ter as manas a atrapalhar por isso mandou-as ou para fora do território ou para um mosteiro onde podiam descansar a pele e tomar uns banhos num spa..



Em 1208, casou-se com D.Urraca de Castela, filha dos reis de Castela e neta do Rei de Inglaterra Henrique II.. Como podem ver pela imagem, não veio muito contente morar para Portugal, provavelmente por inveja das irmãs e irmão todos Rainhas e Rei de territórios muito maiores.
Teve cinco filhos, entre os quais 2 futuros Reis. D. Afonso, para além destes cinco, que se saiba teve mais dois bastardos.. bem mais calminhos que os antecessores!!



Ao contrário do pai e do avô, não lhe apeteceu nada andar à chapada com os vizinhos, acabando por perder a dada altura Alcácer do Sal para os Mouros, mas depois pediu ajuda a uns cruzados para a reconquistar e a zona passou a ser quartel general da Ordem de Santiago.



Em vez da conquista, preferiu dedicar-se à organização económica e social do reino. As primeiras leis do país foram feitas por ele, relativas à propriedade privada, ao direito civil e à cunhagem de moeda. Também mandou embaixadas a outros países da Europa para estabelecer tratos comerciais.



Tentou fazer uma reforma da igreja dentro de Portugal, procurando desviar alguns fundos da dita para os cofres nacionais. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal, e assim foi excomungado pelo Papa Honório III. Apesar dos esforços para remediar a situação, acabou por morrer excomungado em 1223. Foi substituído pelo filho D. Sancho II (como o avô) mais uma prova de originalidade na familia!

D.Sancho I - O Povoador


Como podem conferir, é muito parecido com o pai D.Afonso Henriques.


É conhecido como O Povoador não só pela maneira como apadrinhou o povoamento do território, mas também por ter tido uma vasta prole de filhos bastardos.


Ajudou o paizinho desde o acidente em Badajoz, tornando-se desde então seu braço direito, e por isso contribui bastante para a conquista e defesa do território.


Como a Igreja (na altura era quem mandava nestas cenas) não tinha ainda consagrado a independência de Portugal, pelo que ainda não éramos considerados como país propriamente dito. Assim tínhamos os antigos proprietários do território - Castela e Leão - sempre em cima. Para ajudar a controlar os vizinhos, D.Sancho pediu ajuda a um antigo inimigo, vizinho também - Aragão. Como as coisas no passado não tinham sido famosas, o nosso Principe casa com a irmã mais nova do Rei Afonso II de Aragão, a infanta Dulce Berenguer ou D.Dulce de Barcelona prós amigos. Gira até dizer chega como podem ver!!


Com a morte do papá, passou a ser Rei em 1185. Em Coimbra tinha o centro do seu reino. Cansou-se de tentar conquistar a Galiza e preferiu ir em busca de terras com mais Sol a sul, e já agora ía dando uns tabefes aos Mouros. Em 1189 conquistou Silves um importante centro administrativo e económico a sul, o que lhe dava imenso jeito para os seus planos de organizar o reino politica, administrativa e economicamente


Encheu os cofres do Castelo e incentivou a criação de indústrias assim como a classe média de mercadores e comerciantes.


Para além disto tudo ainda teve tempo para escrever uns poemas, pois era um apreciador de arte e literatura.


Morreu em 1211, dando lugar ao seu filho D.Afonso II (como o pai e o tio, não é original??) , teve mais 18 filhos (que se saiba) entre legítimos e bastardos!!

Adenda: Mais há frente, no post referente ao D.Dinis, é dito que este seria o primeiro Rei que não era analfabeto, contudo, porém, e muito bem observado pela nossa querida Luna, também é dito que D.Sancho também escrevinhava os seus poemitas... Fui rever a minha fonte, que diz o seguinte, e passo a citar, dois pontos, abre aspas

"O rei é também lembrado pelo seu gosto pelas artes e literatura, tendo deixado ele próprio vários volumes com poemas"

fecha aspas.

Dizendo também, a mesma fonte, mas acerca do Rei D.Dinis, e passo a citar, dois pontos, abre aspas

" Presume-se que tenha sido o primeiro rei português não analfabeto"

fecha aspas.

Que assim fiquemos esclarecidos... ou ainda mais baralhados!

D.Afonso Henriques - o Conquistador



Afonso I de Portugal (25 de Julho de 1109 — 6 de Dezembro de 1185), filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portugal e da infanta Teresa de Leão.



Com 11 anos revoltou-se contra a Mãe, que regia o condado na altura, e teve de sair de casa.


Uns dois anos depois voltou a casa, pazes feitas com a mãe. Mas a coisa não ficou muito bem resolvida porque aos 19 anos, já com um corpo militar próprio, enfrenta as tropas da mammy.. nesse confronto, sai vitorioso, o que lhe concedeu a autoridade sobre o condado Portucalense.



Desde então, tentou deixar de ser apenas um Conde e transformar-se no Primeiro Rei de Portugal, ter o reconhecimento de reino dentro do Reino de Castela. Até que em 1139, com 30 anos, autoproclamou-se Rei de Portugal - estava na crise dos 30, claro, precisava de se afirmar, enfim...



Nessa altura as noticias não corriam tão depressa e por isso só em 1143 é que o Afonso VII de Leão e Castela - o Rei vizinho - ouviu a noticia e lá lhe fez a vontade assinando um tratado em Zamora, que ficou conhecido como, imagine-se Tratado de Zamora..tss..falta de imaginação...
Em 1146 lá teve tempo de casar com a francesa D.Mafalda de Sabóia, com quem teve 7 filhos, um dos quais o futuro Rei de Portugal. Como podem ver era muito gira com as suas trancinhas...
Para além deste sete filhos teve outros 5 (que se saiba) com outras mulheres.


Durante 42 anos o homem veio por ai abaixo a conquistar o que hoje é território Português e nos intrevalos ia tendo uns filhos, não só da esposa mas de outras que ia conhecendo pelo caminho. D.Sancho, seu sucessor, seguiu-lhe as passadas..



Só parou de conquistar aquando dum acidente no Cerco de Badajoz, onde partiu uma perna ao bater a retirada, logo foi feito prisioneiro pelo opositor, que por acaso era o seu genro D.Fernando - estava-lhe no sangue estas discussões familiares - Para que conste, o genro tratou-o muito bem e libertou-o quando estava melhor, mas, visto que naquele tempo era impossivel recuperar de uma fractura profunda, nunca mais pode montar a cavalo, passando a deslocar-se numa carreta de madeira - que seria parecido com uma cadeira de rodas da época.



Morreu em 1185, dando lugar no trono ao seu filho D.Sancho, o Povoador.